A Empresa de Cervejas da Madeira está a entrar em força no mercado continental depois de estabelecidos contratos com a Sonae, para a cadeia Continente, e com a Jerónimo Martins, para a cadeia Pingo Doce. A intenção é vender sistematicamente nos hipermercados continentais, os produtos Coral, Laranjada, Brisa e água Atlântida.
A Empresa de Cervejas da Madeira (ECM) tem procurado consolidar a sua posição no mercado regional, uma tarefa que o presidente da empresa, Miguel de Sousa, considera difícil dada a existência de concorrentes de grande dimensão internacional, os quais, por sua vez, são donos das empresas de cerveja e de refrigerantes em Portugal. «Mas somos capazes de resistir e continuar a pensar que, não sendo possível alargar o mercado da Madeira, para crescer, que é a única forma de sobreviver, é preciso vender lá fora: no Continente e no mundo», acentuou Miguel de Sousa.
No caso concreto do Continente português, revela que a empresa está a trabalhar no sentido de não serem somente vendas esporádicas, mas sim ter uma presença permanente nas “grandes prateleiras” daquele mercado.
Neste âmbito, revelou que existe um acordo com a Sonae, para a sua cadeia Continente, e com a Jerónimo Martins, através da sua cadeia Pingo Doce. Juntam-se a outras presenças assíduas noutras superfícies de grande dimensão como o Jumbo e o Lidl, entre outras.
Miguel de Sousa acredita que esta presença sistemática «venha a trazer resultados importantes para o volume de negócios da Empresa de Cervejas da Madeira», ao contrário do que vinha acontecendo até agora, somente com vendas mais esporádicas.
Agora, com distribuidores contratados, sublinhou que irão assegurar a cobertura nacional para a venda da Coral, Brisa Maracujá, Laranjada e água Atlântida. «Este é um objectivo crucial no qual estamos muito empenhados e que estou certo será bem sucedido», referiu.
Em relação ao mercado mundial, apesar da oferta existente, Miguel de Sousa acredita que haverá espaço para os produtos da ECM. Não só no mercado da saudade, como nos outros.
A empresa já está em Angola com cerveja Coral (em garrafas de 250 ml, em caixas de 24 de cartão, específicas para o mercado angolano). Acontece desde Setembro último, com regularidade, e através de um distribuidor, abrangendo desde Cabinda até ao sul do país. Começaram com seis contentores mensais. Hoje são cerca de 12 contentores e a ideia é que no final do ano chegue aos 30, para, depois, passar a um mínimo de 100 contentores mensais.
Além de Angola, já está igualmente na África do Sul, na Guiné-Bissau, no Curaçao e ainda para outros mercados, nomeadamente da Europa, como acontece com o Reino Unido.
No caso dos mercados do hemisfério sul, Miguel de Sousa refere que têm uma vantagem para a empresa porque o Verão de lá coincide com o Inverno a norte, altura em que a ECM tem menor produção devido à estação. «Isso vai permitir que tenhamos um nivelamento durante todos os meses do ano, por forma a termos todos os serviços em pleno, ao contrário do que acontece agora», frisou.
O presidente da empresa admite que, se os novos mercados resultarem como esperam, poderá traduzir, nos próximos dois a três anos, «um aumento de 50% da nossa produção. Penso que poucas indústrias em Portugal podem estar a esperar consegui-lo».
Disse ainda que a ECM tem capacidade instalada para dar resposta a este aumento de produção, pese embora venha a ser complementado com novos equipamentos de maior eficiência. Agora isso irá obrigar a operar em mais turnos.
Aposta na tara retornável está a dar bons resultados
A tara retornável tem sido uma aposta da ECM desde 2012. Miguel de Sousa explica que a intenção visa chamar à atenção dos madeirenses para a preferência que devem ter para o consumo em embalagens de vidro retornáveis. Porquê? «Porque é um custo menor, não há transporte da garrafa do Continente para cá, porque não se deita fora a garrafa cada vez que se usa, e também porque se evita a ecotaxa», sublinha o presidente da empresa.
São factores que, refere, contribuem para que o ambiente na Madeira seja menos poluído e que os resíduos sejam em menor quantidade.
Deste modo, acentua que é preferível para todos consumir retornável. E, para a empresa, «é mais um contributo em termos de protecção do ambiente e de uso de embalagens que fazem com que os consumidores só paguem o líquido e não tenham que pagar a garrafa», disse acrescentando que a aceitação tem sido muito boa. «Ao princípio, muita gente não acreditava no sucesso, mas hoje todos os supermercados estão dentro do programa. Parece que é um sucesso. Naturalmente, todos preferem fazer uso de garrafas retornáveis, por todas as vantagens que tem, em preço e também para a sua terra», conclui.
Slogan no país é: “A única 100% portuguesa”
A Empresa de Cervejas da Madeira está a entrar no Continente português com vendas nas grandes superfícies. Por isso mesmo, o presidente da empresa, Miguel de Sousa, revela que além de toda a logística inerente a essa aposta, vai surgir naquele mercado com o slogan: “A única 100% portuguesa”. E explica porquê. Diz que «a ECM é a única cervejeira em Portugal 100% portuguesa. E esperamos que isso venha a fazer uma diferença. Isto de apoiar a selecção nacional, mas mandando os lucros para o país de origem, que é dona da cervejeira, é uma fantasia. Portuguesa, portuguesa, há a Coral. E se os portugueses quiserem beber português devem beber Coral», acentuou. Miguel de Sousa sublinha a importância deste factor porque «os resultados que a Empresa de Cervejas da Madeira faz em Portugal, deixa em Portugal».
Por outro lado, em relação ao mercado insular, aponta o dedo às empresas exteriores que vendem cá. «É ridículo verificar que, por vezes, vendem mais barato na Madeira do que no Continente, de onde são oriundas. E apenas é para agredir a Empresa de Cervejas da Madeira. Não há justificação económica que o possa fazer aceitar. Mas é contra todas estas situações que nos vamos preparando e nos faz estar atentos, nomeadamente, criando produtos novos, nos quais estamos a trabalhar e que queremos lançar num futuro breve», sublinhou o presidente da ECM.
E porque escrevemos a propósito do início das vendas sistemáticas no Continente, a título de curiosidade, Miguel de Sousa confidencia que, com cerca de uma semana de vendas, onde a máquina ainda não está bem oleada para os reabastecimentos em pleno, as grandes superfícies da Sonae têm colocado os produtos de manhã e ao fim do dia estão esgotados, principalmente a Brisa Maracujá e a Coral.
Mas refere que a ideia é ter já no Verão uma velocidade de cruzeiro no reabastecimento no mercado nacional.
ECM criada no século XIX emprega 220 pessoas
A Empresa de Cervejas da Madeira (ECM) foi fundada em 1872, quando um grupo de empresários começou a produzir cerveja num mercado onde já existiam cerca de 12 produtores a fazê-lo na Madeira.
O presidente da empresa, Miguel de Sousa, não tem dúvidas que a ECM tem vindo a ser um projecto de sucesso ao longo da sua história e que os passos dados se revelaram acertados. «Trouxe até este século uma empresa que orgulha a Madeira e que vai continuar a ser uma referência industrial e económica da Região Autónoma», acentuou.
A empresa emprega 220 pessoas directamente e abrange outros que trabalham sob contratação externa, números que considera relevantes numa economia como a regional, aos quais evidencia igualmente o que entregou aos cofres da RAM em 2012 que foi superior a 9 milhões de euros de impostos e taxas. Um montante que considera muito relevante para ajudar nas dificuldades financeiras da Região, tal como as tem o país.
Miguel de Sousa sublinha que estes dois factores justificam bem o apoio à actividade da empresa e à preferência por consumir produtos regionais. «Todos os madeirenses têm que ter sempre presente que a melhor maneira de apoiar a nossa economia é consumir produtos feitos na Madeira porque dão emprego e proporcionam receitas financeiras indispensáveis», referiu o gestor que vê nisso «uma vantagem indiscutível em relação aos nossos concorrentes, que nada produzem na Madeira, não criam emprego, nem deixam receitas financeiras de impostos ou de taxas». Disse mesmo que este é um exemplo que deve ser extrapolado para outras vertentes da economia na Madeira, até porque considera que hoje faz-se tão bem na Região como em qualquer parte do mundo. Aliás, no caso da ECM recorda as 139 medalhas já recebidas pela qualidade dos seus produtos, às quais se juntam outras mais que está a receber por estes dias. E aponta ainda a certificação europeia e portuguesa em relação à qualidade dos seus produtos e serviços, tendo sido a primeira empresa nacional de bebidas a recebê-la.
A empresa tem tido um crescimento sustentado ao longo dos anos. E, à dinâmica na gestão e na produção, junta-se um aliado que não pode ser descurado: o marketing, que é uma referência na Madeira e no país, pela criatividade e estratégia de comunicação com a população e com os turistas. Com a particularidade de ser feita por uma equipa jovem madeirense «de nível nacional e internacional, com meios financeiros de trabalho reduzidos». Neste domínio, Miguel de Sousa revela que a ECM, numa relação com o seu volume de negócios, gasta 1/3 do que gastam as outras marcas nacionais de cerveja.
Apoios do IDE
O presidente da Empresa de Cervejas da Madeira não quis deixar de relevar a importância dos apoios do Instituto de Desenvolvimento Empresarial. «Temos usufruído de apoios do IDE, dentro da Vice-Presidência do Governo Regional, que são cruciais. Estão a ser sempre mais aperfeiçoados em relação às necessidades que se vão proporcionando. E pensamos que o novo apoio que vem dentro da internacionalização, como no caso da Empresa de Cervejas da Madeira, é fundamental, bem-vindo e aplaudido pela circunstância de, pelo menos no nosso caso, vir numa altura em que nos pode ajudar bem dada a vertente internacional que estamos a projectar neste momento, e que outras empresas devem seguir e se devem sentir estimuladas com esse tipo de apoios. A ECM tem visto no IDE e no Governo, na sua generalidade, o apoio e o conforto para as ajudas que se tornam necessárias», rematou.
A história da empresa
A origem da Empresa de Cervejas da Madeira remonta a 1872 quando foi constituída a sociedade “H.P. Miles & Cia., Lda.” com o objectivo de produzir cervejas e refrigerantes. Vem desde essa altura a marca “Laranjada”.
Em 1922 é constituída a sociedade “Araújo, Tavares e Passos, Lda.” com igual objecto.
E, em 1934, nasce a ECM – Empresa de Cervejas da Madeira, Lda. a partir da fusão das duas empresas.
Em 1969 surgem a Coral e a Brisa.
No ano de 1975 é nacionalizado 32% do capital da empresa e em 1994 o Grupo Pestana entra na ECM através da aquisição da sua primeira participação em “H.P. Miles Cia., Lda.”. Em 2004 passa a deter a totalidade do capital da empresa.
Em 1996 é inaugurada a actual fábrica e edifício-sede no PEZO – Parque Empresarial da Zona Oeste.
A empresa conta com 220 funcionários, 3.500 clientes e tem 100% de cobertura dos pontos de venda.
Além das marcas próprias que produz, como a Coral, a Laranjada, a Brisa e a água Atlântida, e de outras que engarrafa igualmente para terceiros, tem a representação de marcas prestigiadas e líderes de mercado, vertente que faz parte de uma estratégia para melhor servir o cliente: apostar em sinergias que permitam aproveitar a logística disponibilizada pelas mesmas.
Bom dia tenho Cafe gostava de saber se tem algum representante no contimente na zona norte,,para poder comprar a vossa cerveja…mt obrigado