Ricardo Fabrício: "Desafio não passa por virtualizar a vivência dosdestinos"

Em relação ao crescimento do virtual e até que ponto poderá constituir uma ameaça ao desejo atual da vivência dos destinos, o professor da Universidade da Madeira, começa por afirmar que a virtualização de uma grande parte das práticas humanas “já não é uma hipótese. É um facto”. Por isso mesmo, considera que importará integrá-lo adequadamente na estruturação dos nossos planos de vida e de ação.
No entanto, não crê que o desafio passe por virtualizar a vivência dos destinos, mas “compreender que existem gerações a serem socializadas em contextos de extrema virtualização, que só podem ser “tocados” por mecanismos comunicacionais e produtos alinhados com as especificidades do virtual”. Assim, talvez mais importante que ficar a medir as ameaças do crescimento do virtual, “é perceber que vivemos na era do individualismo, sedento de personalização e de experiências à medida, que tendem a exigir coeficientes tecnológicos embutidos na própria oferta. Portanto, o crescimento do virtual mais do que uma
ameaça é uma parte integrante do contexto”.Questionamos acerca dos perigos ou oportunidades que poderá enfrentar o destino Madeira. Ricardo Fabrício respondeu ser muito difícil responder à pergunta. Mas admite: “A consistência nos padrões da oferta e sustentabilidade ecológica do destino parecem-me ser partes absolutamente inalienáveis da equação. Para um destino com apenas 30.000 camas, como a Madeira, será determinante”.
Sem comentários