Turismo na Madeira ameaçado?
Outubro 20, 2011
Diante da crescente preocupação ambiental e a necessidade de um contacto mais íntimo com a natureza, com comunidades tradicionais e os seus costumes e valores, novas formas alternativas de turismo (turismo rural, agro turismo, turismo verde, ecoturismo), têm vindo a ganhar espaço. Sendo identificado como um propulsor do desenvolvimento endógeno (local), essas novas iniciativas estão balizadas numa procura mais personalizada, menos dispendiosa, mais cultural e ecológica, que levam em consideração a sustentabilidade e as identidades locais.
Actualmente, o turismo vem-se desenvolvendo principalmente em áreas verdes, pois as pessoas procuram fugir do seu quotidiano agitado dentro dos grandes centros urbanos, procurando lugares tranquilos e que permitam contacto com a natureza.
O Turismo em Espaço Rural é muito visível na Madeira, pois tem uma riqueza a nível do património natural e cultural. Os turistas gostam de apreciar as belas paisagens e a população calorosa. A vida nocturna da Madeira, os seus restaurantes, desportos aquáticos, clima perfeito e deslumbrantes paisagens são inigualáveis e são, sem dúvida, uma atracção imperdível para os turistas contemporâneos.
Tornou-se um encantador destino turístico durante todo o ano, e embora seja importante a produção de bananas, de cana-de-açúcar e de Vinho da Madeira, grande parte do seu crescimento económico deveu-se ao turismo.
Deste modo, o sector terciário domina mesmo a economia da Região Autónoma da Madeira, sendo o turismo a maior fonte de receitas, um sector fundamental para o seu desenvolvimento sustentável.
Assim, parece-me plausível a afirmação que a eliminação dos subsídios de férias e natal, anunciada pelo primeiro-ministro, terá um “impacto agravado” no turismo da Madeira, porque o Mercado português representa já cerca de 30% das dormidas no arquipélago.
Sendo o turismo o principal motor económico da Madeira, “um mau ano turístico tem reflexos em todos os outros sectores”, ou seja, tem um “impacto transversal” na economia regional.
Isto porque, diante de alguns acontecimentos económicos, como este, os consumidores são forçados a repensar as suas prioridades de consumo, e os negócios não podem contar com uma continuidade de factos iguais, pois o mercado e a economia são crescentes e instáveis.
O turismo é uma actividade eminentemente económica e as escolhas de um turista dependem das suas considerações económicas. Ao escolher para onde viajar, em que lugar se hospedar e o que visitar, qualquer turista recorre a um processo de decisões económicas antes de finalizar a sua escolha. Por outro lado, o desempenho económico de um país pode ser muito influenciado pelo que acontece com as actividades relacionadas no seu sector turístico. Mas não apenas isso. O desempenho da economia mundial, nacional ou regional pode condenar o sector turístico à prosperidade ou à estagnação, ao sucesso retumbante ou ao fracasso completo.
by Joana Cristina Alves Oliveira
[artigo de opinião produzido no Âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
publicado em Planeamento Territorial
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