Francisco Costa admite que a Madeira pode ficar só com o Turismo

Francisco Costa disse por estes dias que as negociações que decorriam desde o ano passado com a União Europeia, que pretendiam alargar os limites máximos em termos de benefícios fiscais na praça madeirense, terminaram por parte do Governo da República, responsável pelas negociações com a Comissão Europeia. Lamenta e acentua que se trata da primeira vez em 25 anos que isto acontece, com «todas as consequências que daqui advêm». Uma das dificuldades passa pela dificuldade em lidar com os operadores.
Por isso, agora quer saber quais são as alternativas que Lisboa tem para fazer face à perda de competitividade doo CINM, considerado um complemento diversificador do desenvolvimento económico da Madeira. Não aceita os argumentos apontados pelo Estado para pôr termo às negociações, que sublinha serem uma falácia, e afirma que se corre o risco da Madeira depender só do Turismo.
Perante este cenário, tendo em linha de conta que as empresas passam a ter que pagar mais impostos em 2011, admite que as sociedades deixem a Madeira, resultando daí a perda de mais de dois mil postos de trabalho.
Presentemente, o Centro Internacional de Negócios da Madeira conta com mais de 3 mil sociedades, com capitais sociais globais superiores a 11 mil milhões de euros. Traduzem-se em investimentos na Zona Franca Industrial que ultrapassam os 200 milhões de euros e representam mais de 1/5 do PIB regional.
Em jeito de desabafo final, Francisco Costa sublinha que no mercado internacional nenhuma praça funciona como a da Madeira, com excepção da zona de Canárias, cujo processo diz estar a ser acompanhado pelo governo espanhol, ao contrário da Madeira, que não tem Lisboa no mesmo rumo.
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