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Estrelas mostram porque brilham mais os restaurantes que as têm

O chef Benoît Sinthon, do restaurante Il Gallo d’Oro, no hotel The Cliff Bay, no Funchal, recomnhece que medir o impacto das estrelas Michelin na economia da Madeira não é uma conta fácil de fazer. Mas apontou um caso concreto que pode expressar os resultados reais das estrelas.

Presente como orador no seminário “As estrelas Michelin com impacto na economia”, que decorreu no final de janeiro no Museu de Eletricidade – Casa da Luz, Benoît Sinthon referiu que antes de obter a segunda estrela Michelin no final de 2016, a ocupação do Il Gallo d’Oro apresentava médias de 80%. No entanto, depois de receber a segunda estrela (a primeira foi em 2009), o restaurante passou a estar sempre cheio, com listas de espera.  
O chef do Il Gallo d’Or afirmou que os clientes com quem conversa todos os dias lhe diziam que a Madeira já tinha hotelaria de luxo e que faltava restauração de luxo, e que agora gostam de encontrar a alta gastronomia na Região. Um gosto que afirma depois ser replicado com a promoção que acabam por fazer contribuindo para trazerem mais pessoas à Madeira e ao hotel na viagem seguinte.

Concorrência reforça destino
Quanto à concorrência com estrelas Michelin, o chef Benoît Sinthon não a teme, antes pelo contrário, considera que vai atrair mais público amante da boa gastronomia. Considera que o reforço das estrelas Michelin para a Madeira “vem numa altura muito boa”. Disse que a hotelaria está bem e que as pessoas querem aproveitar o melhor da gastronomia. Por isso, entende que “temos de aproveitar para mostrarmos o que sabemos fazer, tanto na hotelaria como na restauração”, e afirmou que a Madeira passou a figurar no mapa da restauração.
Disse ainda que com a segunda estrela conquistada, a equipa foi reforçada e passaram a encerrar o restaurante aos domingos desde este mês. A ideia, disse, é para ter ainda mais rigor e controlo nas diferentes seções. “Agora é ajustar para que seja sempre uma experiência inesquecível”, até porque afirmou que o cliente está disposto a gastar mais com a segunda estrela." Não se assusta, bem pelo contrário, vem para gastar porque quer uma experiência única”, conclui.

Destino afirma-se na gastronomia
Presente na cerimónia de abertura do seminário, o secretário regional do Turismo, Economia e Cultura, disse à margem do evento ser extremamente importante para a Madeira ter uma oferta qualificada ao nível da restauração e com as distinções do Guia Michelin a nível internacional. Eduardo Jesus referiu que ter passado de um para dois restaurantes com estrelas do guia francês tem um significado muito grande porque “permite ver a evolução que está a acontecer” e porque reforça essa oferta.
Disse ainda que o Turismo é feito de um conjunto alargado de contributos, sendo que todos os bons contributos “deixam o seu efeito”.
Sublinhou igualmente que qualquer destino que tem um reconhecimento desta natureza “é um destino que se afirma nesta lógica da gastronomia”.
Lembrou que a Madeira nos últimos anos tem vindo a ser distinguida por várias razões e com alguns galardões, os quais, relacionados com a gastronomia, complementam os outros “e colocam-nos a um patamar inquestionável”.
Por isso mesmo, já na cerimónia de abertura, o governante enalteceu a realização do seminário, que afirmou relacionar coisas que são relacionáveis mas que por vezes nos esquecemos de fazer essa ponte.

Elogios aos chefs
Elogiou o desempenho dos chefs e disse que a gastronomia é um importante atrativo turístico para a Região. Sublinhou que permite afirmar a nossa identidade e que reforça muito a nossa notoriedade.
Eduardo Jesus referiu, a este propósito, que a criatividade que fez distinguir o trabalho dos chefs está baseada na utilização de produtos regionais. Considera uma forma espontânea e natural de afirmar a nossa diferenciação.
Por isso, acentuou que este é o caminho da afirmação do destino turístico Madeira, na diferença em relação aos outros. “Só podemos afirmar aquilo que nos carateriza; aquilo que é genuinamente nosso”. Ao invés, entende que “qualquer coisa que se copie de outro sítio não fará bem a este destino”.
Referiu que a gastronomia está considerada nos vários documentos estratégicos para o turismo como produto complementar, associada à cultura, e que permite o aprofundamento de experiências no destino Madeira.
Por outro lado, referiu que assume um papel importante no desenvolvimento regional, numa altura “em que são claros os sinais de uma moderada, mas consistente recuperação da nossa realidade regional”.

Gastronomia importante para a economia
Considera que a gastronomia pode vir a assumir um contributo definitivo para a economia “porque potencia e garante o escoamento da produção regional” e “permite lançar novos negócios”.
No fundo, disse que o facto da Madeira já ter dois restaurantes com estrelas Michelin coloca-nos num patamar diferente na oferta e na exigência de quem garante a distinção. “E a exigência provocada pelos chefes faz induzir o aparecimento de outros negócios”, que considera vir a incentivar os empresários a inovarem nos seus serviços e produtos e irá motivar uma evolução na qualificação de toda a cadeia, o que vai contribuir, em seu entender, para o desejo de requalificação do turismo.
Além disso, considera que a gastronomia constitui uma motivação para quem nos visitam. NO entanto, disse que há a consciência de que todo este trabalho não é apenas para quem nos visita “mas é, acima de tudo, um sinal forte de que nós próprios, que aqui vivemos e dependemos, temos de ser os primeiros a valorizar o que temos. Temos de ser os primeiros a encontrar nos produtos regionais, naqueles que trabalham connosco e que fazem a diferença, os exemplos que todos temos de seguir”.
Por seu turno, a presidente da direção da ACIF - Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, Cristina Pedra Costa, sublinhou que muitos negócios têm sido constituídos, alguns de associados da ACIF, desde a agricultura às pescas, onde, através da iniciativa e da procura dos próprios chefs, “induzem a potencialidade de mercados e nichos de negócio que têm vindo a se afirmar”.

Seminário estrelado

O seminário teve como convidados o referido chef Benoit Sinthon, o chef Luís Pestana, do restaurante William, no Belmond Reid’s Palace hotel, que ganhou o ano passado a primeira estrela, e o chef Pedro Lemos, do restaurante Pedro Lemos, no Porto, que manteve a estrela Michelin.
A moderar o debate de estrelas esteve Pedro Costa, diretor da Quinta do Furão, em Santana.
Recorde-se que a Madeira passou a ter dois restaurantes com estrelas Michelin no final de 2016: o Il Gallo d’Oro, com 2 estrelas Michelin, e o restaurante William, com 1 estrela Michelin.
A classificação consta do último Guia Michelin, que atribuiu a Portugal 9 novas estrelas Michelin, que distinguem os melhores restaurantes.
A gala de apresentação da edição 2017 do Guia Michelin para Portugal e Espanha aconteceu a 23 de novembro de 2016, em Girona, Espanha.
O seminário foi o primeiro de um ciclo de seminários sob a temática "Negócios - Conceitos - Marcas", no qual a ACIF-Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, pretende reunir testemunhos de diversos empresários.

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