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Conceição Estudante: Qualidade do destino exige envolvência

É importante ter o maior número de entidades envolvidas no processo de qualidade do destino e lhe dê continuidade neste processo que não tem fim. Quem o diz é a secretária regional do Turismo, Conceição estudante.

Que balanço faz do Turismo em 2008?
Até o mês de Outubro, o ano foi excepcional, com grande crescimento, o que é relevante, sobretudo se considerarmos tudo o que aconteceu a nível internacional. Em Outubro, o crescimento das dormidas manteve-se nos 3,7%. E, nos proveitos, a subida foi de 4,4%, quando no país o decréscimo já ia em -3,4%.
Em termos acumulados, desde Janeiro, as dormidas estavam com 6,7% e os proveitos, com 8,6%, o que é de realçar num mês que poderia ser de inversão da tendência.
Admito que o mês de Novembro não terá crescimento e, no de Dezembro, vamos ver o que vai acontecer, apesar do fim-do-ano ser inferior a 2007, embora tenha sido um bom resultado.
Mas, independentemente dos dois últimos meses, se temos os resultados conhecidos em 10 de 12 meses, seja qual for o final, será positivo.

Quais são as perspectivas para este ano de 2009 que os analistas antevêem venha a conhecer um acentuar da crise?
Ninguém sabe o que vai acontecer em 2009, da mesma forma como não o sabia o ano passado.
Agora, num cenário desfavorável, vamos tentar minimizar e fazer tudo o que está ao nosso alcance para que o dano seja o menor possível.
Por isso, vamos estar atentos aos mercados. É preciso ter em linha de conta que temos algumas situações de compensação. Se analisarmos mais profundamente os resultados de 2008 verificamos que existem descidas em alguns mercados e subidas noutros, como aconteceu com a Polónia, a República Checa e a Rússia, que já geram para cima das 10 mil dormidas. Estes países estão em fases de desenvolvimento diferentes do ocidente e acabam por compensar mercados como os escandinavos.

Continuidade e agilidade

Com a oscilação dos mercados, poderemos assistir a uma promoção a ser gerida mais em sintonia com a resposta do mercado?
Existem duas linhas de intervenção: os mercados tradicionais e os mercados emergentes. As acções que apostamos nos anos anteriores vão ter continuidade..
Mas tenderá a ser flexível para responder ao mercado?
Não se pode antecipar. Temos de ver como está a regair o mercado para tomar decisões de mais curto prazo.
Existem decisões que são estratégicas, que são para ser feitas ao longo do tempo, e outras que serão de resposta aos mercados.
É preciso empreender

No seu discurso, durante a discussão do Orçamento Regional e Plano para 2009 falou na aposta nos nossos diferentes produtos turísticos já identificados: mar, natureza, saúde e desporto. Isso traduz uma margem de progressão?
Trata-se de uma componente institucional, mas que se prende muito mais com a participação privada. Se houver criatividade e imaginação e a visão estratégica de criar o negócio à volta do produto, acredito que existe muito a fazer.
Dou o exemplo de um produto que, durante muitos anos, não existiu: a observação de golfinhos e baleias. Não passamos, de repente, a tê-los na Madeira. O recurso existia.
Hoje, este recurso é ser utilizado, e bem, sem o danificar.
Não me compete estar a dar pistas de negócio a ninguém, mas, eventualmente dizer: olhem à volta, vejam e tenham a iniciativa e a capacidade de empreendedorismo, que há pouca. As pessoas estão sempre à espera que os outros façam.
Mesmo que não tenham capitais, se a ideia for boa há possibilidade de ir buscar financiamento.

Não haverá um certo sentido crítico em relação ao que é novo?
Não diria críticas, as pessoas são conservadoras. As mudanças, em tudo, são necessárias. Nada à nossa volta fica igual. E muito menos o gosto do cliente.
Diria que há aqui um certo desafio de oportunidade, sobretudo para as gerações mais novas, de olhar para as coisas como se fosse a primeira vez e não pensar que sempre se fez assim. Penso que esta frase deve ser eliminada. Há que questionar se não existe uma forma melhor de fazer.
Neste sentido, devemos pensar o que poderá ser acrescentado de valor ao que já temos.

Liberalização criou concorrência

Existem novas companhias aéreas interessadas na linha da Madeira?
A estação está fechada. Para o Inverno não se pensa que existam outras.

É possível aferir já as consequências da liberalização na linha entre o continente e a Madeira, apesar de apenas em Abril completar um ano?
Algumas já são visíveis. Há um clima concorrencial no mercado que permitiu termos preços muito baixos disponíveis, diferente do ambiente rígido que tínhamos, onde a tarifa era sempre igual.

Sente que esta baixa nas tarifas, além de permitir aos madeirenses irem mais facilmente a Lisboa, também resultou num incremento no plano inverso?
Sabemos que houve muita opção pela Madeira. Mas gosto mais de esperar pelos números.

O subsídio fixado nos 30 euros por percurso nas viagens aéreas entre Lisboa e a Madeira, a ser revisto anualmente, já está a ser trabalhado?
Neste momento, não.

Funchal quer mais cruzeiros

O terminal em construção no Porto do Funchal pode catapultar a Madeira como porto de partida de cruzeiros?
O objectivo da nova gare é dar condições para que o Porto do Funchal esteja no mapa como uma infra-estrutura que oferece todas as condições aos passageiros que embarcam e desembarcam, seja em que circunstância for.
Mas um dos objectivos a longo prazo é, efectivamente, criar condições no Porto do Funchal, para aumentar o número de passageiros embarcados e desembarcados.

Com está a questão do subsídio para o passageiro no navio da Armas?
Foi pedido e dito, informalmente, que sim. Também não estava no orçamento do ano passado. Para este ano de 2009, vamos insistir junto da Secretaria de Estado.

Animação turística

Que medidas legislativas e regulamentares, já aprovadas e a aprovar, vão ser implementadas em relação às empresas de animação e aos empreendimentos turísticos?
Em relação à animação turística, foi feito um diploma de raiz, que conjugou três outros existentes a nível nacional. Regula a criação, o funcionamento e as actividades das empresas de animação turística. Já está publicado. No início deste ano, vamos publicar a regulamentação ao nível das portarias, algumas da tutela da Secretaria do Ambiente.
Vamos ficar com esse ramo de actividade totalmente coberto em matéria de regras e regulamentação para que, em primeiro lugar, haja, por parte do cliente, uma garantia da idoneidade, da segurança, e do profissionalismo de quem presta os serviços. E, por outro lado, por parte das empresas, para que existam regras que permitam uma concorrência leal e transparente no mercado. Todos terão que cumprir. Há um período de transição, previsto no diploma, para que isso venha a acontecer.

Empreendimentos turísticos

E a nível dos empreendimentos turísticos, é a adaptação da nova lei nacional?
É, mas introduzindo algumas particularidades nossas, como as quintas e algumas regras respeitantes às moradias turísticas para que fiquem na tutela do turismo.

Não tem nada a ver com o turismo no espaço rural...
... não. É uma componente imobiliária de alta qualidade que o diploma não considera como recurso turístico. Temos que saber que existe. E, dada a nossa aposta clara no turismo de qualidade, que poderá optar por esse tipo de alojamento, que não sendo hoteleiro nem um alojamento turístico tradicional, não deixa de ser cativador para uma faixa grande do mercado. Com uma vantagem que cria relação de longo prazo, de fidelização e de regresso permanente à região.
Tudo isto está a ser ultimado e penso que durante este mês estará concluído.

Excelência do destino

Numa região turística considerada de qualidade, mas onde, por vezes, surgem dúvidas acerca deste classificativo, considera que a aposta no projecto inovador de qualificação do destino para ser validado pelo Centro Mundial de Excelência de Destinos irá catapultar definitivamente o destino para a sua excelência?
Esse é o objectivo. Para já, somos reconhecidos. É verdade. Mas, até agora, internacionalmente, não existiam sistemas de referência ...

... cada destino pode dizer que é de qualidade...
... É verdade. Por isso, o nosso objectivo é autenticar. Considero que o organismo que escolhemos tem o selo de qualidade, uma vez que é uma agência da Organização Mundial de Turismo.
Além disso, estamos a contribuir, de uma forma pró-activa, para que o o próprio sistema se crie. Os primeiros destinos serão os projectos-piloto para o sistema que se quer mundial para aferição da qualidade do destino.
Devo sublinhar que o nosso objectivo é dar a imagem de qualidade pretendida para fora, mas também criar cá dentro uma consciência da necessidade de haver esta atitude.

Esta segunda pretensão não poderá ser a mais difícil?
Estas coisas vão-se construindo. Não existe, ainda, com a abrangência que queríamos.
Se falarmos com as pessoas do sector, ninguém diz que a qualidade não é uma boa aposta. Agora, assumir e ter os comportamentos adequados para que isto aconteça são tempos diferentes.
Posso dizer que, em relação a este processo, tivemos uma abertura muito grande. De todas as entidades contactadas, toda a gente saudou e disse estar disponível, mas, no momento em que, para além desta atitude de concordância se pede algum trabalho e envolvimento, ninguém diz que não mas... tem um tempo. E as respostas não são tão rápidas e diligentemente dadas se, de facto, esta convicção fosse profunda.
Mas, como digo, isto vai-se construindo. Com algum esforço. E insistência, junto das pessoas, sobretudo junto do núcleo de lançamento que foi contactado.
Contudo, o nosso objectivo com este projecto é envolver toda a gente. É ter tantas as instituições e organismos, nomeadamente os privados da área do turismo, envolvidas neste processo de certificação. Os patamares da certificação só serão conseguidos se cada um for preenchendo a sua qualificação.
Quanto maior número de entidades estiverem envolvidas neste processo e lhes derem continuidade neste processo que não tem fim.

Há que haver uma consciência colectiva...
Há que haver realmente uma consciência colectiva acerca da necessidade da qualidade que vá para além da simples concordância verbal. Que vá para uma atitude permanentemente activa e quase pró-activa relativamente aos comportamentos individuais das entidades. Cada colaborador tem que estar pessoalmente envolvido e consciente de que os seus actos são importantes.

Madeira Specialist

Que balanço faz do projecto Madeira Specialist, feito para agentes de viagens portugueses?
O nosso objectivo é multiplicá-lo. Foi feito para Portugal, para onde vai continuar a ser desenvolvido, mas vamos, eventualmente, fazer a sua expansão para outras línguas, concretamente para o inglês e alemão. Precisamenet para ter especialistas preparados para a venda do produto Madeira.

Nos mesmos moldes do modelo feito em Portugal?
Exactamente.

É um projecto para avançar ainda este ano?
Primeiro queremos consolidar o projecto em Portugal. Depois há trabalhar na tradução e ver como montamos o sistema junto da APAVT.

Em que fase está a revisão do Plano de Ordenamento Turístico?
Estou a aguardar a entrega de um relatório que deveria ter sido entregue até o final do ano. Espero recebê-lo brevemente da comissão que está nomeada para fazer a avaliação intercalar, que deveria ter sido feita em 2007, mas, com a mudança no governo, houve algum atraso.

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